Admirador em primeira mão de Di Cavalcanti assim como de Antonio Henrique Amaral, Klint e Frank Stela, Borges vai seguindo com suas pinceladas marcadas pelo ponto não o pontilhismo histórico tipo Seurat, mas uma pontilhação própria no sentido de mostrar texturas, técnica que o acompanha desde a fase das paisagens. Estas paisagens mais à frente se enriquecem com o ludismo de meninos e pipas e as linhas estruturais da pipa-objeto vai, gradativamente delineando os espaços compositivos da pintura, ora dividindo áreas, ora fragmentando, em franca transformação para o contemporâneo. Linhas, pontos e manchas associados à explosão de cores montam o sincretismo do trabalho de Borges, que em certo momento deságua nas composições figurativas do cotidiano brasileiro tendo freqüentemente como base imagem do feminino como o simbolismo da força da criação universal. Pelos seus mais de 50 anos de carreira o artista está inserido em catálogos da arte nacional e internacional, tendo recebido premiações em vários dos eventos em que já participou.